24.10.11

Caos!

Hoje eu senti uma dor e uma angústia que parecia não caber aqui dentro.
Chorei lágrimas que eu não pude conter,

a boca ficou com um gosto amargo,

o coração pulsava acelerado,

e na garganta um nó...

O dia foi longo (talvez pela noite mal dormida).

O filme não era tão triste,

nem as músicas tão emocionantes...

Mas chorei!

Chorei gotas que pesavam toneladas...


Não sei o porque desse caos interior...

Mas... estou sufocada...

com os olhos ardendo, com falta de ar e calafrios...

Cabisbaixa, sem força nas mãos.

Frágil, triste...

Sem vida eu diria...

E com uma tremenda confusão interior.

(Juh Meireles)



Mais uma foto do meu projeto "365 dias, 365 fotos" no Flickr.

9.10.11

Faxina!

E de repente (não tão de repente assim), a gente passa a desacreditar nas pessoas... E perde a coragem de amar, ou passa amar pela metade. A gente passa a ser pela metade.
Por que a gente vai se despedaçando vida a fora... E deixando páginas em branco, histórias inacabadas, reticências em vez de ponto final... Ou muito ponto final em vez de reticências...
A partir de hoje eu quero fechar ciclos... Pôr pontos finais definitivos (de concreto se possível).
Não faz bem acumular entulhos no coração...
Hoje enquanto arrumava algumas coisas percebi, que é preciso se livrar do velho pra dá espaço ao novo... Seja roupa, seja sapato, seja um amor... Ou até mais simples que isso, livrar-se dá tristeza pra ter alegria e cessar as lágrimas pra que venham os sorrisos... Não dá pra amontoar tudo e achar que está bom... Não adianta esconder a sujeira de baixo do tapete ou colocar a bagunça no guarda-roupa e fingir que o quarto está em ordem...
Hoje eu abri as portas e gavetas da minha vida, levantei os tapetes, e achei os meus "amores", minhas "paixonites", alguns velhos amigos, algumas magoas, fotos, iniciais de nomes de pessoas que eu julguei importante pra minha vida... De baixo do tapete tinham versos meus, letras soltas que um dia fizeram sentido, recortes de jornais, bilhetes de cinema, papeis de bala, flores que eu ganhei e coraçõezinhos de papel. Olhando toda aquela tranqueira, revi cada história, e fui colocando os pingos nos "i's" do meu jeito, na minha cabeça... Sem tentar entender o porquê disso ou daquilo. Fui pondo os pontos finais onde já devia ter há muitos anos. E tentei recolher meus pedaços. Olhando daqui, de (lugar nenhum) aonde estou, vi que tive muita culpa, se eu tivesse jogado fora enquanto ainda era tempo, nada teria chegado ao ponto que chegou. Não durariam anos com durou.
Varri tudo que estava em baixo do tapete e limpei as gavetas. ESVAZIEI-ME!
Vai tudo por lixo, até aquele sapato que me faz sangrar...
Pode deixar a mobília vazia, de portas e gavetas abertas pra tirar o cheiro de mofo.
Deixa assim, vazio...
E me deixe aqui, deitada no chão do meu quarto, olhando pra o teto branco e inspirando paz!

(Juh Meireles)

"Porque guardar roupa velha dentro da gaveta é como ocupar o coração com alguém que não lhe serve. Perca de espaço, tempo, paciência e sentimento. Tem tanta gente interessante por aí querendo entrar. Deixa. Deixa entrar: na vida, no coração, na cabeça." (Caio Fernando Abreu)

7.10.11

Carta de despedida!

Não sei como pude me apaixonar por você. E principalmente como insistir nessa paixão.
Eu soube de todos os seus lances, todas suas mentiras, já ouvi falar de todas que você traiu e de tantas que você faz chorar.

Não faz sentindo alguém em sã consciência desejar alguém como você por perto.
Não faz sentindo querer alguém mesmo sabendo da possibilidade de ter sido mais uma vitima.
Isso não é normal!

É como amar alguém que não te faz bem.

Eu não sei como, mas a partir de hoje não quero mais você por perto,

nem em pensamento,

nem em sonhos,

nem em lágrimas.

Hoje eu quero voltar a ser "normal",
nem que para isso seja preciso usar artimanha sua,

ser fria e calcular até meus pensamentos.


Antes de te dizer adeus, preciso agradecer pelas coisas que me ensinou e pelos versos que me inspirou.

Agora já é hora de sair desta gaiola dos seus braços invisíveis e ir embora.

Voar pra longe e levar comigo apenas coisas boas, os bons momentos.

E quando me perguntarem por você, direi sorrindo "não sei nem de mim!"

Quem sabe em outra vida, nossas vidas se encontrem. Por que nessa, o seu tempo na minha, já acabou.

Hoje eu deixo você, descarto nossas fotos e deixo apenas nossos filmes e algumas de nossas músicas para me fazer sorrir de vez enquanto.

Eu pensei muito antes de tomar essa decisão, mas pra que guardar produto com validade vencida? Se consumir pode fazer mal.

É igual usar sapato apertado, machuca, faz bolhas e até sangra.
Por isso hoje tirei os sapatos que apertavam mais o coração que os pés e resolvi ficar descalço!

E me sentir aliviada de pés no chão.
(Juh Meireles)
Foto do meu projeto "365 dias, 365 fotos" no Flickr

6.10.11

Sobre saudades e sonhos!


Noite fria, chuva fina.
Luzes apagas e eu no meu pijama macio.
Na minha cama vazia.
Meu edredom não preenche toda cama e eu sentirei frio.
E com o frio virão as dores...
Lembrei de você dizendo "frio é psicológico"...
Talvez tudo seja psicológico, até mesmo a falta que você faz...
Até a vontade de ter você aqui.
Mas você nunca esteve em meu quarto,
muito menos preencheu minha cama...
A diferença, é que eu pensava em você o tempo todo,
me deitava lembrando do seu sorriso bobo,
e inevitavelmente sonhava com você.
Você só esteve aqui em sonhos.
Então basta apenas sonhar de novo!
(Juh Meireles)

1.10.11

Degustador (da vida)!

Já era primavera quando comecei aprender a degustar a vida. Eu tinha fome, mas ele não me deixava comer de uma só vez, ele dava pedaço por pedaço. E eu era obrigada a degustar aquele pequeno pedaço. E quando eu me afobava, ele sorria, se enchia de paz e dizia "calma, tudo tem solução". E eu tentava entender de onde ele tirava tanta paz. Era trânsito, trabalho(s), família, um caos lá fora e ele em paz.
Ele tem um jeito otimista de ver o mundo que também tentei aprender. Um jeito maroto de sorrir, um menino cheio de histórias a contar.
Ele não tem pressa e sabe bem o que quer. E foi assim, frame a frame (pedaço por pedaço) que eu vi que só tem pressa quem não sabe aonde vai.
Já chegou outra primavera e nessa eu prometo observar as flores e me bestificar com cantos dos pássaros. Cruzar os braços e observar a vida igual você faz, e em outras ocasiões abri-los para sentir o vento ou abraçar alguém especial...
E acredite, eu vou comer cada morango como se fosse o último.

A vida me deu um pai, um amigo, não só um mero professor...

Um mero professor chega a sala, lança o conteúdo e vai embora.
Um amigo chega, conta sua vida, compartinha problemas e permanece.
Um pai nos mostra lições quer nos ver crescer.
Fica aqui, meu carinho e uma pequena homenagem a alguém tão especial que tanto me ensinou.

Hoje quando eu abri o livro da minha vida, tinha uma nova assinatura, Manoel Alves, já faz parte da minha história.

(Juh Meireles)